domingo, 19 de junho de 2011

INSEGURO, EU?



A insegurança excessiva pode causar problemas no ambiente de trabalho e nos relacionamentos amorosos. Conheça mais sobre esse sentimento

Baixa autoestima, grande necessidade de ser aceito e reconhecido pelas pessoas e o enorme medo de errar. Se essas características fazem parte do seu cotidiano, atenção: você pode sofrer de insegurança excessiva. Essas pessoas tendem a ser muito perfeccionistas em suas atividades, têm dificuldades de assumir responsabilidades pelos erros cometidos e apresentam rigidez interna, sendo pouco flexíveis e tolerantes aos erros também dos outros.
Todos nós vivemos momentos de insegurança, explica Luzia Winandy, especialista em Psicoterapia Psicanalítica pela Universidade de São Paulo (USP) e Psicoterapia Cognitivo-Comportamental no Hospital das Clinicas - SP. “Contudo, uma pessoa com um grau maior de insegurança tem a ilusão de que poderia ter o controle e quer se garantir de não correr nenhum risco de errar no que escolheu. Não quer sentir a culpa, nem a frustração de que se escolheu algo e que não foi o mais acertado ou o mais adequado”, diz.
E quando saber se a insegurança está em nível de uma doença? A médica explica que pode ser analisada pelo prejuízo que acarreta na vida da pessoa. “Se a insegurança não interferir no modo de vida dela, não trouxer prejuízos para sua vida pessoal, profissional e social, ela acaba sendo bem tolerada e convive bem com isto, esta é uma insegurança normal”. É justamente o excesso que torna a insegurança em um nível patológico, acarretando tais prejuízos que a pessoa não consegue ter uma qualidade de vida comum.
A paulistana Adriane Santos, auxiliar administrativa, sabe bem o quanto o excesso de insegurança pode atrapalhar na vida de uma pessoa. “Cheguei sair de um emprego por achar que eu era incapaz de exercer aquela função, tinha muito medo de errar e ficava com a sensação de que todos estavam insatisfeitos com meu trabalho”, relata. Seu problema só conseguiu ser resolvido após acompanhamento psicólogo e muita força de vontade. “Tive que rever minhas atitudes e, até hoje, me policio para saber se não estou tendo alguma característica da doença”.
Homens e mulheres
A insegurança não escolhe sexo. A única diferença é que a mulher admite com mais facilidade e procura ajuda, seja na conversa com amigos, familiares ou mesmo buscando um profissional, para expor suas fraquezas, numa tentativa de se sentir melhor. Enquanto o homem se cobra mais. “Eles envergonham-se e não deixam transparecer suas dificuldades supondo muitas vezes que o errar vai diminuir seu potencial masculino”, explica Luzia.
Tratamento e ajuda de próximos
O tratamento de psicoterapia é muito indicado. O objetivo de uma intervenção em psicoterapia é trabalhar inicialmente as questões emocionais relativas à dificuldade que a pessoa apresenta e ajudá-la a desenvolver maior confiança em si própria. “Simultaneamente, utilizam-se na psicoterapia estratégias que levam a pessoa aprender a gerenciar seus medos de errar e poder ousar mais nas situações, ponderando os reais riscos. O intuito final de uma psicoterapia é ajudar a pessoa a desenvolver sua autonomia para que consiga ser a autora de sua própria história”, explica a psicóloga.
Os familiares e amigos próximos podem, e devem, ajudar muito a pessoa que sofre desse mal. Para começar, elas não devem nunca fazer pela pessoa ou escolher por ela. Devem incentivar que tome sua própria iniciativa, independente de ser a melhor ou não. “Ser tolerantes com os erros e evitar críticas destrutivas são fundamentais. Incentivar a ousar e arriscar mais, mesmo que seja nas pequenas decisões ou escolhas e também elogiar mais vezes atitudes por ele tomadas”, finaliza a médica.

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